Por que se usa Branco nas Giras de Umbanda?

Salve Salve Umbanda, você sabia que a escolha do branco nas práticas rituais da Umbanda não é meramente estética, mas profundamente enraizada em significados espirituais e práticos que refletem os valores e princípios dessa religião? Creio que você já imaginava isso, mas com a fundação da Umbanda no Brasil através da manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, a religião adotou o branco como símbolo de pureza, paz e união, fundamentos que estão no cerne de sua prática e filosofia.

Origem e Simbolismo do Branco na Umbanda

Naquela data histórica, com a fundação do primeiro templo umbandista, a Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade, estabeleceu-se a vestimenta branca como traje oficial dos praticantes durante as giras, rituais nos quais os médiuns se conectam com as entidades espirituais para realizar trabalhos de cura, proteção e orientação espiritual. O branco foi escolhido pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas não só pela sua beleza e simplicidade, mas principalmente por seus profundos significados.

O branco simboliza a luz divina, representando a soma de todas as cores na perspectiva da física. É a cor que reflete a máxima luz, trazendo consigo a ideia de pureza, paz, e a união de todos os orixás e guias espirituais. Serve como um lembrete constante da busca pela clareza, verdade e equilíbrio, alinhando os médiuns com as energias mais elevadas durante as cerimônias.

Aspectos Práticos e Esotéricos

Do ponto de vista prático, o branco ajuda a manter o ambiente ritualístico visualmente limpo e uniforme, evitando distrações e focando a atenção no trabalho espiritual em si. Esotericamente, acredita-se que o branco possui a capacidade de afastar energias negativas e absorver vibrações positivas, criando uma aura de proteção em torno do médium.

Além disso, a simplicidade do branco despoja os praticantes de suas individualidades externas, simbolizando a igualdade entre todos perante o sagrado. Elimina as distinções sociais, econômicas e raciais, unificando os médiuns em uma só energia e propósito.

A escolha do branco nas giras da Umbanda ecoa práticas ancestrais africanas, nas quais as vestes claras são usadas em rituais para invocar a paz dos espíritos e a proteção dos deuses. Essa tradição foi adaptada e incorporada pelos escravos africanos no Brasil, que encontraram na Umbanda uma forma de resistência cultural e espiritual.

No decorrer dos anos, a Umbanda tem se ramificado e enriquecido, absorvendo influências de outras tradições espirituais e religiosas, mas a vestimenta branca permanece como um elo unificador e distintivo da religião. Ela simboliza o compromisso dos umbandistas com os princípios de luz, amor, caridade e justiça.

Por que a Umbanda usa Branco na Sexta?

A prática de vestir branco nas giras de Umbanda, especialmente na sexta-feira, possui raízes profundas tanto em aspectos teológicos quanto em tradições culturais que permeiam a religião. A sexta-feira, em muitas tradições espirituais, é considerada um dia de grande significado espiritual, associado a energias de purificação, renovação e preparação para um novo ciclo que se inicia após o término da semana. Na Umbanda, este dia ganha contornos especiais, ligando-se a rituais de limpeza espiritual e conexão com as divindades e guias.

Vestir branco na sexta-feira, dentro do contexto umbandista, intensifica o simbolismo de limpeza e purificação. O branco, como cor que simboliza a luz e a soma de todas as cores do espectro, é usado para atrair energias positivas e repelir influências negativas. Essa prática se alinha com o propósito de fechar a semana sob a proteção espiritual, renovando as forças para enfrentar os desafios que virão.

Conexão com Orixás e Entidades

Na Umbanda, cada dia da semana é associado a determinados Orixás e entidades espirituais. A sexta-feira é tradicionalmente ligada a Oxalá, o Orixá maior, sinônimo de paz, serenidade e criação. Oxalá é frequentemente representado pela cor branca, que simboliza sua pureza divina e sua capacidade de trazer harmonia e equilíbrio. Assim, ao vestir branco na sexta-feira, os umbandistas reverenciam Oxalá, buscando sua bênção e proteção.

A escolha do branco reforça a noção de igualdade entre todos os participantes da gira, removendo barreiras sociais e econômicas. Na sexta-feira, um dia em que muitos buscam o equilíbrio e a paz após uma semana de trabalho e desafios, essa prática se torna ainda mais significativa. Ao adotarem a vestimenta branca, os umbandistas se unem em uma só vibração, fortalecendo o sentimento de comunidade e suporte mútuo.

O uso do branco na sexta-feira também pode ser visto como um convite ao aprofundamento da prática espiritual e à reflexão. Representa um momento de introspecção, de reconexão com o divino interior e de preparação para um período de descanso e renovação, simbolizado pelo final de semana que se inicia. Assim, essa prática não apenas serve como uma preparação física e espiritual para os rituais, mas também como um exercício de fé e devoção.

Saravá, Axé, Mojubá!

Raphael PH. Alves

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Raphael PH. Alves

Sacerdote Espiritual e de Umbanda, Escritor, Hipnólogo, Mago e Mentor de Desenvolvimento Pessoal e Espiritual, Fundador do Templo de Umbanda Sagrada Arqueiros do Flecha Dourada, Raphael PH. Alves tem dedicado os últimos 28 anos ao desenvolvimento de métodos que auxiliam as pessoas a despertarem suas virtudes como seres humanos e espirituais, para que assim possam atingir o máximo potencial de suas vidas se livrando de crenças limitantes e dogmas que os aprisionam. PH já transformou pessoalmente a vida de mais de 5 mil pessoas em palestras e cursos, alcançou mais de 4 milhões e 400 mil visualizações em seu canal no YouTube, e é autor de 3 livros: “Chakras na Umbanda”, publicado pela Madras Editora, o romance espiritual “Encantado”, publicado pela Editora Mariwô, e seu último livro “Exu: Descubra o Significado do Nome do Seu Exu”.

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